No segundo semestre de 2020, o Itaú divulgou uma pesquisa efetuada em parceria com o Data Folha “Tabu: um estudo sobre a relação do brasileiro com o dinheiro”.
A pesquisa contou com a participação de pessoas entre 16 e 65 anos, contemplando todas as classes sociais.
O resultado não foi muito diferente do que muitos estudiosos falam e que outras pesquisas já mostraram: o tabu sobre o dinheiro é real em nosso país.
Veja a frase extraída da pesquisa, refletindo bem umas das diversas facetas do tabu sobre o dinheiro: “tenho medo de ter dinheiro porque vejo muita gente com dinheiro que não é feliz”.
Olhando o copo meio cheio, um dado interessante foi ver que, mesmo não gostando de falar sobre dinheiro, as pessoas reconhecem que é importante falar sobre dinheiro – na verdade o dado mostrou que 50% considera imprescindível falar sobre dinheiro.
Na avaliação da pesquisa, foram definidas 4 dimensões para explicar esse tabu financeiro: individual, familiar, social e cultural.
Não abordaremos aqui todos os exemplos de cada uma dessas dimensões, mas abaixo temos alguns dados que falam mais que qualquer palavra.
· 97% dos brasileiros consideram ter dificuldade em lidar com o próprio dinheiro.
· 46% dos brasileiros preferem nem olhar para o próprio dinheiro porque acreditam estar fazendo algo errado em termos financeiros.
· 83% dos brasileiros afirmam conhecer pessoas que ganharam muito dinheiro e perderam seus valores éticos e morais.
· 6,4 foi a nota que os brasileiros se deram ao avaliarem seu nível de satisfação em relação a forma como lidam com o dinheiro.
Analisando sob a perspectiva da educação financeira, sabemos que o tabu sobre o dinheiro é um grande desafio e precisa ser mudado – afinal, muitos dos tabus impactam diretamente na difícil relação com o dinheiro que milhares de pessoas tem (e sabemos que, se essa relação for diferente, pode trazer ótimos frutos na vida das pessoas).
Vivemos em um mundo em que o dinheiro é parte inerente no dia a dia das pessoas. Através dele as pessoas conseguem ter vidas melhores, acesso a muitas coisas, alcançar metas, realizar sonhos. É nessa parte positiva e saudável do dinheiro que precisamos focar. Tabus e crenças limitantes, oriundos das relações sociais ou familiares, precisam ser trabalhados e eliminados em prol de uma vida melhor.
Um primeiro passo é falar mais sobre dinheiro, fomentar as conversas no dia a dia, em casa, com os amigos – buscar conhecimento, aprender um pouquinho a cada dia. Viemos de uma cultura na qual a educação financeira não foi valorizada até então, mas o cenário atual clama por essa mudança.
Acesso a publicação da pesquisa: